Um e-mail e uma revista 10 anos depois

Bruno Parodi Internet e Mídia Leave a Comment

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Você sabe que está ficando velho quando uma novidade envolve algo que começou há 10 anos. E foi o que aconteceu comigo e através deste blog aqui.

Há alguns dias recebi um e-mail, através do endereço do blog, de subject “LEitura de Uma Revista – Profissionais da Rede AGOSTO 98″ — exatamente assim, com parte em caixa alta e parte em baixa. Fiquei curioso e, quando li, vi que tinha realmente a ver com a querida revista Internet World (IW), onde trabalhei dese o seu início e cheguei a ser editor-chefe. Aos mais novos — e é aí, de novo, que você realmente confirma que é velho –, a Internet World foi a primeira revista impressa sobre internet no Brasil. Era editada pela MantelMedia no Rio de Janeiro e fez história, refletindo tudo o que acontecia no começo da rede. Se não me engano, ela nasceu e 95 e foi encerrada em 98 mesmo ou 99.

Ao abrir o e-mail fiquei impressionado pois ele era bem extenso, trazendo 14 parágrafos de bastante texto. E era de fato uma grande história (e uma história grande).

Fui lendo com atenção. Tratava-se de um antigo novo leitor da IW. Ele dizia que em 98 seu pai tinha dado de presente para ele uma edição da revista sobre novas profissões que a internet começava a criar. Na época ele não leu o artigo e deixou-o encostado na casa do pai. De lá pra cá ele fez de tudo: trabalhou na Fiema, teve uma produtora musical, entre outras experiências. Mas nada que, segundo ele, o satisfizesse.

O último capítulo desse causo aconteceu há poucos meses, quando ele reencontrou a revista na casa de seu progenitor e, enfim, degustou a edição de 98 com calma. Resolveu então largar tudo e trabalhar com redes, conectividade e esse mundinho fantástico de Matrix.

O e-mail foi justamente para me agradecer por ter escrito o artigo e tê-lo influenciado a trabalhar com internet. Respondi dizendo que ficava muito honrado com tudo (e realmente feliz) e alertava que de lá pra cá muita coisa tinha mudado e que várias outras profissões ou ocupações relacionados ao mundinho digital andaram pintando por aí.

É bem curioso como tudo isso ocorreu e como algo que você produziu num passado razoavelmente distante pôde ter na vida de uma pessoa. Mais curioso é o fato de que o objeto desse história não é algo que está propriamente digitalizado, mas uma revista em átomos, puro papel.

Novamente, desejo muita sorte ao leitor, um futuro companheiro de mercado digital.

OBS: a imagem que usei tanto na home do blog quanto aqui no post, naturalmente, não é a capa da edição citada, e sim uma da edição americana apenas para efeito de ilustração. Qqualquer dia vou escanear a capa original dessa edição (e, quicá, a própria matéria) para disponibilizar aqui.


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