Como se salvar do review bombing?

Bruno ParodiInternet e MídiaLeave a Comment

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Outro dia, escolhemos um filme infantil pra assistir com meu filho de 7 anos. Tinha que ser algo leve e que servisse para todo mundo. Quando vi que era dos mesmos criadores de outro filme antigo que nunca curti muito, fui com o pé atrás.

A história surpreendeu e engajou. No meio do filme, bateu aquela curiosidade: fui ver a nota no IMDb (coisa que, geralmente, faço antes, servindo como um go-no go).

E levei um susto: a média era baixa. Daquelas que fazem a gente repensar a escolha. Quase parei ali.

Depois que ele terminou (cheio de risadas), fui investigar. E entendi: a nota não refletia o filme. Na distribuição de votos, uma grande parcela era nota 1 — a mínima possível.

Os comentários também não falavam exatamente de aspectos técnicos.

Foi ali que caiu a ficha: estamos usando métricas contaminadas por disputas que nem sempre enxergamos. Aquela nota de filme no IMDb — e isso vale para tantos outros serviços —, em alguns casos, deixou de ser uma avaliação técnica e virou um campo de batalha. Às vezes, o público está julgando um post, uma atriz, uma ideia — e não o filme em si.

O caso mais evidente da atualidade é a nova Branca de Neve, da Disney. Com média de 1.6 e milhares de votos 1 antes mesmo do lançamento oficial. Não é sobre cinema. É sobre ressentimento coletivo e tecnicamente chamam de review bombing.

Mas quando deixamos que essas notas definam o que vemos (ou deixamos de ver), corremos o risco de abrir mão de bons momentos por um número enviesado.

Sei que parece arriscado perder 2 horas da vida num filme que pode não valer a pena, mas não sei se temos saída. Afinal, sendo pé no chão, o usuário jamais terá acesso a métricas de engajamento ou satisfação que não a declarada.

Vale a reflexão.


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